domingo, 20 de maio de 2012

- Nuances

Luiza tinha um romance. Um duplo romance. Gostava de Carlos, mas também de Marcel.
A dúvida era tanta que não havia meios para decidir e escolher apenas um. Mas logo resolveu, ficou com os dois. Assim, ela era de ambos, e ao mesmo tempo de um só.
Um dia Marcel descobriu que havia mais alguém além dele. E a ação de deveria ser de negação acabou sendo de conformismo. Ele nada se importara com o fato de Luiza ter mais um alguém.
A ação que fora - de certa forma - suspeita, fez ambos se aproximarem mais; enquanto Carlos, ainda perdido no mundo dos amores, nada desconfiava...
Seguiu-se assim por meses. Logo Carlos foi descartado, e isso fazia sobrar apenas Marcel no coração de Luiza. Mas isso não aconteceu, Luiza preferiu ficar só.
Tomada de solidão e doses de vodka para suprir o vazio, sua presença era constante em festas, essas que continham amores de meia estação. Os beijos eram distribuídos a qualquer um, não tendo nenhum processo de seleção.
Foi numa dessas festas que ela encontrou João. Palavras foram trocadas, doses compartilhadas e mãos levemente tocadas. Aquilo fora suficiente para fazer surgir um novo romance.
Dessa vez, Luiza tornou-se apenas de um. Um que valia por todos os demais.


sábado, 10 de março de 2012

- Na nebulosidade há complicação.

Mas eu não pude evitar...
É sempre essa frase que me vem em mente quando penso naquele 2 de maio de 2010. É, eu não evitei principalmente por que eu não quis . E não me arrependo de um "mal feito, feito".
Talvez eu não devia estar esboçando esse esquadro tão sarcasticamente ou de uma maneira tão maldosa, por assim dizer, mas não posso evitar, é bem mais forte do que eu. E isso, de certa forma, me faz bem.
Confesso que a preocupação e aquela vontade de esquivar-se, sempre esteve presente, entretanto, depois de quase dois anos recheados de desafetos, a fragilidade não me cai bem, ou melhor, ficar remoendo nebulosidades do "passado" é perda total de tempo. E tempo é algo que sempre me falta...
Mas chega de justificar passagens que eu nem cheguei a declarar. É essa velha mania de tentar mostrar (ou não) que agi da melhor maneira que podia, (embora saiba que nem sempre, e na maioria delas não acontece)...
Tudo se iniciou com flores, e eu digo, rosas não são meu forte, sempre preferi as begônias, ou os cravos (o motivo, eu desconheço). Logo vieram os chocolates, os mais finos e suíços, foram renegados com um grande NÃO, bem seco e frio. Às vezes me surpreendo com essas minhas atitudes...
A grosseria não é de meu feitio (e fico feliz que não seja), embora ela apareça em certos casos, ela nem sempre predomina. Porém, nesse contexto ela foi inserida um tanto quanto de forma intensa. Acredito que o fato de recusar ou repudiar algo ou alguém se torna um tanto desconfortável, diria mais, desagradável.
Eu sei que esclarecer alguns assuntos não dão em nada, talvez eu escreva pra mim mesma acreditar naquilo que supostamente é ou deveria ser, ainda mais quando espectros do "passado recente" retornam a nossa vida sem ao menos pedir licença. E permanece assim, essa triste penumbra de incertezas, onde não há certo/errado, verdade/mentira.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

- Mente e Alma.

Tudo está sombrio, o sol já não nasce, seus raios não fazem mais questão de iluminar meu ser. Gostaria de descartar rapidamente toda escuridão que me toma, mas como?
Estou perdida, com inúmeras incógnitas que não são reveladas tão facilmente. O mistério é a parte mais assombrosa de tudo. É difícil encarar essa situação, mas não encontro saída desse mundo superficial que eu mesma criei e agora me confundo se ele faz ou não parte da realidade, mas como saber?
O tempo é algo que me atormenta, esperar só me angustia e me faz crer em coisas que eu não tenho certeza e imaginá-las reais, uma realidade até então inexistente mas presente, com medo de comprová-la, é possível?
Só consigo pensar e viver dolorosamente, carregando um fardo que permeia meu psicológico, temendo e esperando que tudo termine em sangue.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

- Itapeva, 21 de julho de 2011

Gostei muito das begônias que chegaram hoje de manhã. Como você adivinhou que essa é a minha flor preferida?. Não lembro de ter comentado isso contigo, aposto que tem dedo da Gabi nessa história, ela deve ter te contado... Mas isso não importa, fiquei realmente agradecida.
Pensei que nunca mais teria notícias suas, afinal, aquela nossa discussão, não foi agradável para ambos. Ah, as flores foram um pedido de desculpas?, só constava no cartão seu endereço as seguintes palavras: - Sinto Muito. Venho dizer-te, não se preocupe, aquele dia passou, ambos estávamos alcoolizados. Palavras saem desnecessariamente quando estou nesse estado, você sabe perfeitamente disso. Se houve erro, foi de ambos, então, também devo-lhe desculpas. 
Nos veremos novamente, pra desfazermos esse mal entendido e voltarmos a rir como antes? Espero que ainda tenha meu telefone pra marcarmos algo. Devo dizer-te que joguei fora seu número e as demais coisas que me deste, principalmente aquele guardanapo todo decorado que mandou pra minha mesa no dia em que nos conhecemos. Digo-lhe, a raiva foi muita naquele dia que não pensei duas vezes...
Envio-lhe esse bilhete pois não achei que seria uma boa ideia aparecer ai sem avisar. Espero ver-te novamente antes de partir, visto que em poucos dias estarei voltando pra Ponta Grossa.

Desculpe-me novamente,
um beijo, aguardo notícias suas.