quinta-feira, 19 de maio de 2011

Outono, 2011

Frio, uma garôa caindo bem de leve, braços dados e um cobertor nos unindo. O que mais poderia querer?
Afastados da civilização, no meio da mata, contemplando a tal beleza da natureza, era o silêncio que nos alimentava e nos preenchia de satisfação. Éramos nós, as aves que passavam sobre nossas cabeças e o sol que estava se pondo para reinar a noite encoberta de estrelas.
Estávamos sentados na beira de um penhasco, ao nosso lado, umas duas garrafas de vinho, as palavras que soltávamos eram quase sempre pausadas, na maioria das vezes captadas por um olhar. Não precisava dizer muita coisa, sabíamos exatamente o que se passava...
As mãos congelavam, o corpo ficava trêmulo, o vento fazia a pele cortar; havia apenas um cobertor pra dividir e outras mão pra se juntar, a vontade de ir embora era nula, ficamos fitando o céu entre beijos e risos que ecoavam naquele horizonte encantador. Era a vontade de pausar o momento, de equalizar sentimentos e viver aquilo para sempre. 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

- Desordenação.

A cada dia que passa percebo que estou ainda mais confusa, é o simples fato de querer tudo e não possuir nada, de pensar no presente e não criar vínculos futuros. É a questão do viver para o agora, para o momento e deixar as oportunidades escorrerem pelos dedos das mãos. É o desejo de guardar grandes recordações numa pequena caixa que mal cabe nossos próprios sentimentos...
É a vontade de estar atenta a tudo e não deixar nada passar despercebido com o piscar dos olhos, é o momento que vira fotografia na memória. É a necessidade de expressar emoções e fazer as palavras se dissiparem, é o ter que escolher entre o certo e o duvidoso e não achar a saida. É a angústia dilacerando a alma fazendo as idéias ficarem perturbadas...
É a perda do foco, da certeza, da clareza, nada mais.