sexta-feira, 1 de abril de 2011

- Fragmentos de memórias.

O velho coreto, pedaços do que um dia foi um balanço e o canteiro de rosas, agora com flores murchas. Pensamentos paralisados, meus olhos fixados no camafeu preso em minhas mãos. A agonia que sufoca...
Meus dedos procuravam explorar todos os contornos daquela figura que fora delicadamente trabalhada em meu pingente, tentava na verdade relembrar os tempos que trazem gosto de mel aos lábios, gosto esse que a muito tempo não sinto e nunca mais sentirei... Todo o meu ser está perdido em alguma parte do que um dia foi vida, do que um dia foi um enlace e a única coisa que me alimenta é a nostalgia presa em casa gesto, aroma e emoção. Estou presa no passado, meu presente deixou de existir com a sua partida.
Percebo que a paisagem não é mais a mesma, a beleza contida naqueles anos ficou congelada em minha memória, são poucos os vestígios de um verão glorioso. O que realmente fica são as lembranças dolorosas, que dilaceram meu peito, que me faz chorar e ter que suportar a sua ausência. Hoje faz seis anos desde sua partida e eu continuo aqui, respirando aromas não mais adocicados, esperando sua volta para enfim partir-mos juntos.