quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

- Beber do Cálice amargo do desgosto

   Após sentar em frente à  mesa e contemplar o farto jantar sem poder ao menos tocar num mísero grão de arroz, senti a ausência de atenção. Logo após essa minha simples observação, percebi que em todos os lugares da mesa estavam bem arrumados com pratos, talheres e os demais objetos. Mas, no meu lugar havia apenas um cálice vazio e  uma garrafa de vinho branco.
   Estava só, imaginando as possibilidades daquele "acaso". A porta à minha costa se abriu e de lá saiu um velho senhor, que, com ásperas palavras ordenou para eu ouvir o que ele tinha que falar e não levantar enquanto as palavras não cessassem.
   Sem motivo algum, fui classificada "defeituosa" aos olhos dos egocêntricos e pseudo-perfeitos, como se respirar de maneira "diferente" fosse um mal para o mundo e incomodasse inúmeras pessoas. Percebi que a injustiça cometida comigo iria continuar por longas horas, e sem poder nada, teria que engolir um turbilhão de palavras. Sem mais nada a fazer, tendo que ouvir coisas indesejadas, pus-me a beber do amargo gosto do vinho, onde desviar o foco é bem vindo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário