segunda-feira, 6 de setembro de 2010

- Faces Recortadas de um Eu solitário

   Hoje descobri em meio a longas horas de convesa comigo mesma que sou mais e uma. Sou uma personagem de uma peça teatral com múltiplas faces, várias histórias e possivelmente tenho vidas dentro da minha vida, essas, que aos poucos pertubam, mas confortam meu ser.
 Tive certeza dessa minha suposta teoria, quando comecei a falar com pessoas de “N” gostos diferentes e outros parecidos com os meus. Assim como uma parasita, vou me aperfeiçoando a esses gostos e maneiras de pensar, tornando um pouco mais amigável, um tanto compreensiva, mesmo não aceitando todas as idéias discutidas.
 Alimento-me das idéias dos outros, como ladra de sonhos e desejos? Espero eu que não...
  Tenho faces recortadas, que estão costuradas em meu interior, mas da onde elas vieram? Elas podem ser fragmentos de vidas anteriores, pedaços de um eu que se perderam, a junção do que eu realmente sou...  Mas, qual delas sou eu? Sou o conjunto de todas elas? São perguntas das quais não terei resposta...
   Acho que estou presa nos meus personagens, minha vida é uma peça teatral incompleta, inacabada. Deve ser por esse motivo que me apego tanto as Artes Cênicas. Acabo concluindo que sou todos esses seres, meus outros eu não vivem sem mim, e nem eu sem eles. Somos muitos entro de um mesmo corpo, que reage diferentemente a cada experiência vivida.
   Assim, um eu solitário, rodeados de outras de mim, vai se aperfeiçoando, às vezes mentindo e enganando, disfarçando todas as faces escondidas. Fazendo o mistério pouco questionado, deixando apenas escapar: - Sou uma incógnita indecifrável.

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